segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AS CAPELINHAS DE LISBOA ANTIGA

O passeio pedestre que os CAMINHEIROS MONTE DA LUA realizaram no sábado passado foi antecedido por uma viagem de comboioque levou o grupo até à estação do Rossio.Depois de percorrermos a Rua Augustae termos atravessado disciplinadamente várias passadeiras para peões,fizemos uma perpendicular à esquerda para a Rua da Conceição e a primeira "capelinha" que encontrámos foi a Igreja de Santa Maria Madalena, construída por ordem de D. Afonso Henriques.Umas dezenas de metros acima, no local onde alegadamente terá nascido Santo António, visitámos a igreja a que este santo deu o nome. A igreja original foi destruída pelo terramoto de 1755 e no seu lugar foi construída uma nova "capelinha" parcialmente paga pelas crianças que, para o efeito, pediam "um tostãozinho para o Santo António". Este peditório fez tradição...Mais alguns metros de calçada palmilhados e eis que surgiu a Sé de Lisboa, que começou a ser edificada em 1147 no local onde existia uma mesquita.Continuando a subir passámos pelo Centro de Estudos e "Copianço" Judiciário, cujo edifício serviu de prisão quase até final do século passadosendo designada por Limoeiro, dada a proximidade extra-muros de uma gigantesca árvore desta espécie.Seguiu-se a igreja de Santa Luzia e o miradouro contíguo,donde se avista o Tejo,o bairro de Alfama e a igreja de Santo Estevão.Calcorreando estreitas vielasalcançámos a entrada principal do Castelo de S. Jorge, que remonta à Idade do Ferro. Pesquisas arqueológicas feitas no local trouxeram testemunhos da presença de Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos e Mouros.Neste local onde Lisboa nasceu, tivemos mais um dos muitos curtos "briefings" a enquadrar historicamente os locais visitados e dando a conhecer eventuais lendas.Seguiu-se o miradouro de S. Tomé, também designado de Portas do Sol,que sendo uma autêntica varanda sobre Alfama direccionada para o Tejo,permite ver não muito distantes as cúpulas da igreja de S. Vicente de Fora e do Panteão Nacional.Caminhando entre vetustos prédios da estreita Rua das Escolas Gerais, onde tivemos a felicidade de nos cruzarmos com o velho eléctrico da mítica carreira 28,chegámos à Igreja de S. Vicente de Fora onde está localizado o Panteão Real dos Braganças.No Campo de Santa Clara passámos pelo Panteão Nacional, onde se encontram os túmulos contendo os restos mortais de Almeida Garrett, Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, João de Deus, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona, Sidónio Pais e Teófilo Braga.A Feira da Ladra também fez parte do nosso roteiro. Esta feira popular de objectos usados tem raízes no século XIII, tendo iniciado a sua actividade no Chão da Feira, ao Castelo, passou pelo Rossio, Praça da Alegria e fixou-se no Campo de Santa Clara no ano de 1882.Saímos ilesos da acção dos carteiristas que vegetam pela Feira da Ladra e subindo a Rua da Verónica dirigimo-nos ao Largo da Graça.Uma íngreme calçada levou-nos ao Miradouro do Monte onde desfrutámos duma soberba paisagem periférica superior a 180º. Este é um dos pontos mais elevados da cidade donde se avistam o estuário do Tejo, igreja da Graça, Castelo de S. Jorge, bairro da Mouraria, Baixa Pombalina, Ruínas do Convento do Carmo, Monsanto, Parque Eduardo VII, Avenidas Novas, Penha de França e as colinas de Lisboa.No pequeno jardim onde se encontra este espectacular miradouro existe a capelinha de S. Gens, onde ainda hoje as grávidas procuram protecção para o parto.Depois de, no Miradouro Sophia de Mello Andressen, visitarmos a igreja da Graça, que estava repleta de devotos,descemos a escadaria do Caracol da Graça. Finalmente uma descida!Continuando o percurso descendente através da Calçada de Santo André e Rua dos Cavaleiros chegámos ao Largo do Martim Moniz. À entrada da Rua do Capelão uma escultura representando uma guitarra portuguesa presta uma justa homenagem ao fado, que ontem mesmo foi declarado pela Unesco como Património Imaterial da Humanidade.De "capelinha" em "capelinha" o nosso passeio matinal estava no seu termo. Para finalizar a manhã visitámos a última "capelinha" onde o culto não se pratica através da reza, mas por via da gastronomia.Nesta "capelinha" que dá pelo nome de Zé da Mouraria deliciámo-nos com uma "oração" ao divinal bacalhau assado com grão e batatas a murro, muito bem regado com um verde tinto capaz de ressuscitar os santinhos.A prática degustativa prolongou-se durante 3 horas,acompanhada à guitarra, no bairro lisboeta onde alegadamente terá nascido o fado.Já com os estômagos confortados, houve necessidade de recorrer ao afamado "eduardinho", optando alguns pela velha "ginjinha", numa conhecida "capelinha" da Rua das Portas de Santo Antão.Depois de atravessarmos o Rossio,seguimos pela Rua do Carmoaté ao Chiado.Continuámos a nossa marcha para o Largo do Carmo,onde a 25 de Abril de 1974, as tropas de Salgueiro Maia sitiaram até à rendição o Presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano.Passando pelas ruínas do Convento do Carmoacedemos ao alto do elevador de Santa Justa,onde dissemos adeus ao Rossio,Castelo de S. Jorge,Baixa Pombalina e Tejo.Cerca das 16h40 tomámos o comboio no Rossio para o regresso a casae... acabou-se a festa. Foi porreiro pá!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ORAÇÃO DAS MULHERES RESOLVIDAS



A provar que o machismo não faz parte do código genético do Pai do Bicho, convido-os a ler uma criação muito engraçada de Júlio Machado Vaz.

Oração das Mulheres Resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo,
que a fonte nunca seque,
e que a nossa sogra nunca se chame Esperança,
porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos,
e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...

Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos,
porque Deus,
se eu pedir força,
eu bato-lhe até matá-lo.

Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.

Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam,
e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!

Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.

P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e
mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

COGUMELOS NA SERRA DE SINTRA

Após alguns dias de chuva intensa o bom tempo decidiu acompanhar os CAMINHEIROS MONTE DA LUA durante a caminhada realizada na manhã do passado domingo. O extraordinário mundo dos cogumelos da Serra de Sintra foi o mote do passeio.Depois de reunirmos o grupo em Monserratetrepámos serra acimae, após contornarmos uma lagoa,visualizámos o Palácio de Monserrate semi escondido entre a floresta.A longa subida que tínhamos iniciado deu então umas curtas tréguas, mas logo foi retomada originando uma temporária fragmentação no grupo.Transposto um dos muitos obstáculos existentes no percurso,sucederam-se alguns caminhos maravilhosos que encerram a carga mágica que o local transmite.Num trilho serrano dois perfeitos cogumelos emergiam de um denso tapete de matéria vegetal em decomposição.Quando as condições do terreno exigiam lá apareceu uma mão amiga disponível para ajudar.Depois de tanto trepar alcançámos o Tholos do Monge, onde aproveitámos para aconchegar os estômagos.Retomada a marcha de regresso cruzámo-nos com várias camisolas coloridas envergadas por grupos de "betetistas" com quem partilhamos os tortuosos caminhos e trilhos serranos.Já na fase descendente surgiu inesperadamente um susto: a Irene caíra, mas felizmente as suspeitas iniciais de que poderia ter torcido um pé, não se confirmaram.Na floresta sombria e húmidacontinuavam a aparecer cogumelos – os corpos frutíferos de fungos, que além desempenharem um papel essencial na manutenção do ecossistema constituem também uma verdadeira iguaria na nossa ementa.Percorrido mais um viçoso trilhoe um caminho mais amploalcançámos mais um dos inúmeros espelhos naturais que a Serra de Sintra encerra.E pronto! Concluído um rejuvenescedor passeio de 13 kms, celebrámos o aniversário de uma estimada companheira com bola de bacalhau, tarte de mação, vinho espumante e licor.PARABÉNS TINA!