sexta-feira, 23 de setembro de 2011

JOSÉ NIZA E DEPOIS DO ADEUS



No dia em que faleceu o autor da canção "E DEPOIS DO ADEUS", que foi utilizada como senha para dar início ao levantamento militar que em 25 DE ABRIL DE 1974 pôs termo ao regime ditatorial que oprimiu os portugueses durante 48 anos, o Pai do Bicho evoca sumariamente o seu prestigiado percurso.
José Manuel Niza Antunes Mendes, ou simplesmente José Niza (Lisboa, 16/9/1938 - Santarém, 23/9/2011), foi médico, compositor e político português.
Em 1956 foi para Coimbra estudar medicina. É nessa cidade que funda, em 1961, a Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra conjuntamente com José Cid, Daniel Proença de Carvalho, Joaquim Caixeiro e Rui Ressurreição.

Em 1971 passa a ser responsável pela produção da editora Arnaldo Trindade, Lda. (Discos Orfeu).

Como compositor, José Niza ganhou quatro Festivais RTP da Canção e é o autor da letra da canção "E DEPOIS DO ADEUS".

Foi Deputado em muitas legislaturas colaborando em diversas iniciativas e diplomas legislativos: Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, Lei de Protecção da Música Portuguesa, Redução do Imposto sobre Importação de Instrumentos musicais, etc.

Hoje, no dia da sua morte, o Pai do Bicho quer deixar aqui o POEMA, que acabou por ser a "chave da porta que Abril abriu..."



"E DEPOIS DO ADEUS"



Quis saber quem sou

O que faço aqui

Quem me abandonou

De quem me esqueci



Perguntei por mim

Quis saber de nós

Mas o mar

Não me traz

Tua voz.



Em silêncio, amor

Em tristeza e fim

Eu te sinto, em flor

Eu te sofro, em mim



Eu te lembro, assim

Partir é morrer

Como amar

É ganhar

E perder.



Tu vieste em flor

Eu te desfolhei

Tu te deste em amor

Eu nada te dei



Em teu corpo, amor

Eu adormeci

Morri nele

E ao morrer

Renasci.



E depois do amor

E depois de nós

O dizer adeus

O ficarmos sós



Teu lugar a mais

Tua ausência em mim

Tua paz

Que perdi

Minha dor

Que aprendi.



De novo vieste em flor

Te desfolhei...

E depois do amor

E depois de nós

O adeus

O ficarmos sós.



E DEPOIS DO ADEUS a JOSÉ NIZA fica a memória do homem que hoje faleceu e do seu legado.

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