domingo, 29 de maio de 2011

ENTRE GALAMARES E SINTRA

Sob a "batuta" do João Pereirarealizámos este domingo uma caminhada entre Galamares e Sintra.Depois da bica matinal tomada no "Cantinho de Monserrate",atravessámos a ribeira de Galamares,passámos por uma das muitas hortas que caracterizam a região saloiae iniciámos a subida da vertente da Serra de Sintraonde estão "plantadas" diversas quintas de alguns afortunados.Caminhando em bom ritmoalcançámos o Parque Pedagógico de Monserrate onde fomos surpreendidos pela curiosa postura de um animal caprino.Após vencermos o derradeiro desnível da serra,deparámos com uma soberba paisagem rural polvilhada por "ilhas de casario".Seguiu-se a descida da encostae uma curta paragem técnica,num local de onde pudemos observar o palácio de Monserrate a emergir do arvoredo.A caminhada prosseguiu através duma estrada de rara beleza,onde uma típica fonte serrana serviu de fundo para a foto dos Caminheiros do Monte da Lua.No percurso residual até Galamares passámos por Seteais,Quinta da Regaleira,calcorreámos uma calçada romana,contornámos um pradoe voltámos a cruzar imponentes quintas.Finalmente os 9 kms. percorridos tinham-nos garantido o direito de nos sentarmos à mesa no restaurante Sebe Saloiapara saborearmos um apetitoso bacalhau.Este excelente convívio dominical terminou em casa do casal João e Esmeralda, que fez questão em oferecer ao grupo deliciosas sobremesas acompanhadas pelos inevitáveis digestivos.Apesar de o próximo domingo ser dia de eleições, para não variar, haverá passeio matinal, mas... não haverá almoço para evitar inadvertidas mudanças súbitas no sentido de voto.

sábado, 28 de maio de 2011

MANUEL BRITO (1948-2011)

O Pai do Bicho não podia deixar passar este dia sem prestar uma justa homenagem póstuma a um cabo-verdiano que, há quase cinquenta anos, foi seu colega na Escola Técnica Francisco Arruda e que se notabilizou como um dos melhores andebolistas de sempre no panorama desportivo nacional.
Era um rapaz humilde, divertido, leal e excelente desportista que respeitava os adversários e era por eles respeitado.
MANUEL BRITO faleceu hoje aos 62 anos.
Vamos então lembrar o seu percurso desportivo:

MANUEL BRITO iniciou-se no Sporting Clube de Portugal em 1965/66, onde permaneceu durante 30 anos: 20 como atleta e 10 como treinador.
Exímio jogador e portador de uma técnica acima da média, só faltou a MANUEL BRITO ocupar o posto de guarda-redes pois percorreu todos os outros lugares.
Fez parte da grande equipa de Andebol do Sporting que conquistou um penta campeonato e que ficou conhecida como "Os Sete Magníficos".
Foi um dos melhores jogadores de sempre do Andebol português, sendo internacional por 57 vezes, participando, entre outras competições, em dois Campeonatos do Mundo e nos já extintos Jogos Luso-Brasileiros, conquistados pelo Sporting, em representação de Portugal.
O seu palmarés é impressionante: 2 vezes Campeão Regional e 3 vezes Campeão Nacional de Andebol de onze, 3 vezes Campeão Regional, 13 vezes Campeão Nacional, vencedor de 8 Taças de Portugal de Andebol de sete e de 1 Supertaça.
Como técnico esteve ligado durante anos aos escalões de formação de Andebol do Sporting, sendo Campeão Nacional de Juvenis em 1984/85, Campeão Nacional de Juniores em 1996/97 e Taça Nacional de Juniores em 1997/98, tendo ainda assumido por três vezes o comando da equipa principal. Nos últimos anos deixou o clube de Alvalade para treinar o Boa-Hora, Caselas, TAP e Benfica.
MANUEL BRITO foi ainda distinguido com vários galardões, entre eles, o Prémio Stromp na categoria Atleta Amador em 1977, a Medalha de Mérito do Sporting, a Menção de Honra do Comité Olímpico de Portugal e o Prémio Rugidos de Leão.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A CAUSA REMOTA DA CRISE IBÉRICA



“Durante séculos Espanha e Portugal estiveram sob domínio árabe e relativamente fora da influência de Roma. Cristãos, judeus e muçulmanos conviveram em paz e a cultura e as ciências prosperaram, enquanto a Idade das Trevas se espalhava pelo resto da Europa. Durante esse período desenvolveram-se as tecnologias que levaram à Escola de Sagres e às grandes navegações. Espanha e Portugal tornaram-se os países mais poderosos do mundo. No final do século XV, entretanto, árabes e judeus foram expulsos ou mortos e instalou-se a Inquisição. Durante séculos, quase que só livros de cânticos ou vidas de santos tiveram a sua publicação autorizada. Não por acaso, começou aí a decadência que acabou tornando os dois países os mais atrasados da Europa.”


(Anónimo)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

DA MALVEIRA AO MONGE

O traçado do passeio realizado no último domingo foi delineado pela "troika" composta pelo Álvaro, João Ramos e Abel, que nos levaram até ao segundo ponto mais elevado da Serra de Sintra.Subindo através de estreitos e verdejantes trilhos,unimos a Malveira da Serra a Tholos do Monge, que foi uma sepultura colectiva há 4500 anos atrás, tendo depois sido reutilizada na Idade do Bronze (1800 a.C. a 800 a.C.). Este tumulo situado no alto da Serra, a uma cota de 491 metros, é mais um fabuloso monumento erigido pela civilização megalítica no concelho de Sintra.Actualmente são apenas notórias as pedras, e o marco geodésico desta vez ocupado por um "novo monge".A primeira hora de caminhada pusemos à prova a nossa capacidade de trepadoresaté alcançarmos a estrada.Perante alguns obstáculosnão faltou o indispensável auxílio.e na ausência de sinalização que orientasse o nosso rumo, fomos apoiados por um simpático sinaleiro.O percurso descendente também não foi isento de dificuldades: num caminho com piso escorregadio descobriram-se alguns talentos na prática de "sku"e fomos forçados a partilhar um trilho pedregoso com "bêtêtistas suicidas", que numa velocidade vertiginosa se lançavam sobre pedras e ramos de árvores que se atravessavam no caminho.Cerca do meio dia chegámos à Malveira da Serra com mais 10 kms. nas pernas e a "satisfação do dever cumprido".

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A INJUSTA E PERIGOSA REDUÇÃO NA TSU

A possibilidade de uma substancial redução na contribuição da taxa social única (TSU) na parte que cabe à entidade patronal tem dominado a actualidade.
Como é sabido, a população portuguesa está a envelhecer e o progressivo aumento da relação do número de pensionistas por trabalhadores é preocupante porque pode comprometer o futuro da sustentabilidade do sistema da segurança social. Daí que não seja difícil prever que a aplicação da anunciada medida possa provocar o descalabro dos cofres da Segurança Social, a menos que se onere a carga fiscal noutros impostos que compensarão a perda de receita da TSU.
Nesse sentido há quem aponte um aumento na taxa do IVA.
Ora sendo este um imposto sobre o consumo, os portugueses perderão poder de compra que se reflectirá num menor consumo, que não deixará de afectar o crescimento económico do país.
Sem crescimento económico o pagamento da dívida externa poderá ficar comprometido e o fim da recessão será uma miragem.
Defendem os grandes empresários, as associações patronais, partidos políticos de direita e alguns economistas que a redução da TSU permitirá resolver os problemas de competitividade do país, mas parecem pouco interessados com o impacto que esta medida poderá provocar não só na sustentabilidade do sistema social, mas também na degradação do poder de compra dos consumidores como consequência do provável aumento da da taxa do IVA.
Sobre os ganhos na competitividade, é curioso observar um exemplo apresentado por Basílio Horta. Diz ele: "se uma empresa tiver custos com o pessoal de 30% sobre os seus custos, então uma redução da TSU de 4 pontos percentuais significa uma redução total de custos de 1,2%. É bom, mas não é transformativo . Gastam-se demasiadas munições para tão pouco efeito".
Quem é que acredita que o montante resultante de uma menor contribuição seria reinvestido nas próprias empresas? Só por ingenuidade se pode acreditar nisso. O mais provável seria a redução da TSU acabar por se traduzir num mero aumento de lucros de empresas.
O Pai do Bicho tem a convicção que é possível garantir maior competitividade às empresas, se os empresários reduzirem o montante destinado à distribuição de lucros e cortarem despesas nos prémios, remunerações, frota automóvel, despesas de representação, ajudas de custo, etc... Não tenhamos ilusões. Os defensores da redução da TSU, não querem abdicar dos seus privilégios e mais uma vez pretendem que sejam os mais pobres e a classe média a suportar os sacrifícios necessários para ultrapassarmos esta terrível situação.
O bem-estar de poucos não deve ser conseguido à custa de sacrifícios infligidos a uma maioria já demasiado penalizada.



Esta opinião do Pai do Bicho negligencia a acta que foi assinada com a "troika", por desconhecer se existe imposição ou apenas uma orientação sobre esta matéria por parte do triunvirato.

Seja como for, o Pai do Bicho crê que os partidos políticos que se comprometeram com a aplicação das medidas preconizadas pelo FMI/BCE/CE, gozarão de alguma flexibilidade para aplicarem outras soluções desde que produzam os mesmos efeitos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O POVO E A POLÍTICA, EM 2011 COMO EM 1896

Este texto de Guerra Junqueiro, que caracteriza a sociedade, não perde actualidade apesar de escrito em 1896.


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este,finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.

domingo, 15 de maio de 2011

PASSEIO, ESPECTÁCULO E CULTURA

A manhã de hoje teve três vertentes para os Caminheiros Monte da Lua: passeio pedestre, espectáculo e cultura. Fizemos três em um na zona ocidental de Lisboa, que num raio de 4 quilómetros possui a maior concentração de museus e monumentos do país.Antes das nove horas iniciámos uma caminhada com cerca de 8 quilómetros, no passeio ribeirinho de Belém.Entre o património monumental com enorme carga histórica e simbólica, pudemos apreciar a beleza arquitectónica e enquadramento paisagístico do Monumento aos Descobrimentos,Torre de Belém,Memorial aos Mortos da Guerra Colonial,Fundação Champalimaud,Centro Cultural de Belém e Fonte Luminosa,Mosteiro dos Jerónimoscom os seus famosos claustros de estilo manuelinoe o Museu da Electricidade.Terminado o passeio saboreámos deliciosas fatias douradas confeccionadas e generosamente oferecidas pela Tina.Às onze horas assistimos à cerimónia solene do render da guarda de honra ao Palácio de Belém.Houve desfile e muita música oferecida pela Banda da Guarda Nacional Republicanae pela charanga a cavalo da mesma instituição,que mais tarde evoluiu no jardim Vieira Portuense em diversas formações a trote e galope, tocando alguns trechos musicais, que definem a sua singularidade a nível mundial.Após o espectáculo terminámos a manhã voltando à vertente cultural com uma visita à exposição "World Press Photo 2010",no Museu da Electricidade.Foi uma manhã agradável que deixou a sensação que muito ficou por ver e que este local merece ser visitado com mais frequência, dedicando a cada unidade cultural o tempo suficiente para uma melhor apreciação.