segunda-feira, 25 de abril de 2011

O 25 DE ABRIL E OS "3 DÊS"

Passaram já 37 anos desde o dia em que os portugueses viram nascer a esperança de viver em liberdade, num país desenvolvido e socialmente mais justo.
Quem viveu o período obscurantista da ditadura salazarista não poderá esquecer a forte repressão exercida sobre os contestatários do regime que, atirados para tenebrosas prisões eram torturados pela polícia política; a censura prévia negava a liberdade de imprensa; eleições livres eram uma miragem; a guerra colonial era destino quase certo que interrompia os sonhos da juventude...
Mas o regime estava caduco e finou-se com a insurreição levada a cabo pelo MOVIMENTO DOS CAPITÃES, em 25 de Abril de 1974.
A adesão popular à revolta militar foi espontânea. O poder foi endossado a uma JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL que elaborou uma declaração de princípios contendo 3 palavras chave: DESCOLONIZAÇÃO, DEMOCRATIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO.
A DESCOLONIZAÇÃO foi conseguida não obstante alguns condicionalismos provocados pela pressão dos movimentos de libertação, que não estavam dispostos a atrasar mais esse processo.
A DEMOCRATIZAÇÃO foi um sucesso, apesar de algumas convulsões provocadas pela imaturidade popular e dos partidos. O Partido Comunista parecia ser a força política melhor organizada, depois de mais de cinco décadas de clandestinidade. As restantes forças partidárias tinham sido criadas recentemente. Por isso foram cometidos alguns erros naturalmente aceitáveis, num país que acabava de acordar de 48 anos de ditadura e profundo obscurantismo.
O DESENVOLVIMENTO não tendo sido o ideal, é um processo que está ainda em curso. Decorridas mais de três décadas podem ser apreciados alguns indicadores da evolução registada: inúmeras aldeias passaram a dispor de água canalizada, saneamento básico e electricidade; reduziu-se a taxa de mortalidade infantil; aumentou a longevidade; criaram-se passes sociais para os transportes; a taxa de analfabetismo tende para zero; o grau de instrução médio é incomparavelmente superior; existe um salário mínimo; as pensões são menos injustas; foram criadas diversas prestações sociais; há muito mais portugueses com casa e viatura própria; o Serviço Nacional de Saúde encontra-se entre os mais cotados, etc...

Não é possível imaginar como seria o país se não tivesse ocorrido a REVOLUÇÃO em 25 DE ABRIL DE 1974, mas é profunda convicção do Pai do Bicho, que Portugal acabaria inevitavelmente por se tornar um país democrático. Contudo, o processo de desenvolvimento estaria certamente mais atrasado se os militares não tivessem saído à rua naquela madrugada de Abril.
Hoje somos confrontados com problemas de índole social e económica que nada têm a ver com a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, mas antes com alguma apatia do tecido económico, associada à ganância neo-liberal dos agentes financeiros, que o poder político sustenta ou não consegue controlar.
A actual crise é apenas um ciclo que será ultrapassado quando a economia começar a florescer e o poder político conseguir dominar a especulação gerada pelo poder financeiro. Este parece ser o caminho irreversível para que os portugueses tenham uma vida melhor.
Não podemos deixar morrer a esperança prometida pela REVOLUÇÃO DE ABRIL.
Temos que "REGAR OS CRAVOS".
O Pai do Bicho não tem dúvidas que continuam a existir fortes razões para celebrar o dia que nos trouxe a LIBERDADE.

O 25 DE ABRIL VALEU A PENA!

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