quarta-feira, 27 de abril de 2011

GUARDAR A SETE CHAVES



No século XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves.
O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico que lhe era atribuído, algo presente nas religiões primitivas babilônicas e egípcias. Um exemplo da simbologia do número sete é a quantidade de selos com os quais os testamentos romanos eram lacrados na Idade Média. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O 25 DE ABRIL E OS "3 DÊS"

Passaram já 37 anos desde o dia em que os portugueses viram nascer a esperança de viver em liberdade, num país desenvolvido e socialmente mais justo.
Quem viveu o período obscurantista da ditadura salazarista não poderá esquecer a forte repressão exercida sobre os contestatários do regime que, atirados para tenebrosas prisões eram torturados pela polícia política; a censura prévia negava a liberdade de imprensa; eleições livres eram uma miragem; a guerra colonial era destino quase certo que interrompia os sonhos da juventude...
Mas o regime estava caduco e finou-se com a insurreição levada a cabo pelo MOVIMENTO DOS CAPITÃES, em 25 de Abril de 1974.
A adesão popular à revolta militar foi espontânea. O poder foi endossado a uma JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL que elaborou uma declaração de princípios contendo 3 palavras chave: DESCOLONIZAÇÃO, DEMOCRATIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO.
A DESCOLONIZAÇÃO foi conseguida não obstante alguns condicionalismos provocados pela pressão dos movimentos de libertação, que não estavam dispostos a atrasar mais esse processo.
A DEMOCRATIZAÇÃO foi um sucesso, apesar de algumas convulsões provocadas pela imaturidade popular e dos partidos. O Partido Comunista parecia ser a força política melhor organizada, depois de mais de cinco décadas de clandestinidade. As restantes forças partidárias tinham sido criadas recentemente. Por isso foram cometidos alguns erros naturalmente aceitáveis, num país que acabava de acordar de 48 anos de ditadura e profundo obscurantismo.
O DESENVOLVIMENTO não tendo sido o ideal, é um processo que está ainda em curso. Decorridas mais de três décadas podem ser apreciados alguns indicadores da evolução registada: inúmeras aldeias passaram a dispor de água canalizada, saneamento básico e electricidade; reduziu-se a taxa de mortalidade infantil; aumentou a longevidade; criaram-se passes sociais para os transportes; a taxa de analfabetismo tende para zero; o grau de instrução médio é incomparavelmente superior; existe um salário mínimo; as pensões são menos injustas; foram criadas diversas prestações sociais; há muito mais portugueses com casa e viatura própria; o Serviço Nacional de Saúde encontra-se entre os mais cotados, etc...

Não é possível imaginar como seria o país se não tivesse ocorrido a REVOLUÇÃO em 25 DE ABRIL DE 1974, mas é profunda convicção do Pai do Bicho, que Portugal acabaria inevitavelmente por se tornar um país democrático. Contudo, o processo de desenvolvimento estaria certamente mais atrasado se os militares não tivessem saído à rua naquela madrugada de Abril.
Hoje somos confrontados com problemas de índole social e económica que nada têm a ver com a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, mas antes com alguma apatia do tecido económico, associada à ganância neo-liberal dos agentes financeiros, que o poder político sustenta ou não consegue controlar.
A actual crise é apenas um ciclo que será ultrapassado quando a economia começar a florescer e o poder político conseguir dominar a especulação gerada pelo poder financeiro. Este parece ser o caminho irreversível para que os portugueses tenham uma vida melhor.
Não podemos deixar morrer a esperança prometida pela REVOLUÇÃO DE ABRIL.
Temos que "REGAR OS CRAVOS".
O Pai do Bicho não tem dúvidas que continuam a existir fortes razões para celebrar o dia que nos trouxe a LIBERDADE.

O 25 DE ABRIL VALEU A PENA!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A CHINA E O CAPITALISMO



EM 1949 - A MAIORIA DOS INTELECTUAIS ACREDITAVA QUE O COMUNISMO SALVARIA A CHINA.
EM 1969 - OS MESMOS INTELECTUAIS ACREDITAVAM QUE A CHINA (COM SUA REVOLUÇÃO CULTURAL) SALVARIA O COMUNISMO (QUE, APÓS ESTALINE E A PRIMAVERA DE PRAGA, COMEÇOU A SER DESACREDITADO COMO IDEOLOGIA).
EM 1979 - DENG XIAO PING PERCEBEU QUE SOMENTE O CAPITALISMO SALVARIA A CHINA.
EM 2009 - O MUNDO INTEIRO ACREDITA QUE SOMENTE A CHINA PODE SALVAR O CAPITALISMO.


(Piada a circular no meio financeiro de Hong Kong)

terça-feira, 19 de abril de 2011

FEIJOADA DIVINAL NA SILHA DO PASCOAL

No passeio pedestre do último domingo foi proposto, a quase uma centena de caminheiros, estabelecer a ligação entre o centro de Grândola e o lugar de Silha do Pascoal, numa extensão de 12 kms.A temperatura estava amena e o céu limpo quando, cerca das 9h30, o numeroso grupo iniciou a saudável caminhada.Transposta a linha férrea que une Lisboa ao Algarve,passámos junto a uma cerca que protegia um laranjal de eventuais intrusos, mas insuficiente para impedir que o Luís colhesse alguns frutos. Finalmente percebeu-se a utilidade do seu inseparável cajado.O bom piso favorecia o bom ritmo imprimidoe os sobreiros que compunham o montado enriqueciam a paisagem.Aproveitando a frescura da sombra dos chaparros, os caminheiros fizeram uma pausa técnica para devorarem "a bucha da ordem",e, os compadres alentejanos não esqueceram os tradicionais enchidos, o casqueiro e o "belo tintol".Retomando a marcha, os caminheiros atravessaram a A2,desfrutaram do bucolismo locale enquanto alguns se esforçaram por contornar um pequeno charco,outros optaram por não alterar o seu rumo.A límpida água que corria na Fonte Moura, não serviu só para matar a sede...Concluída a caminhada cerca das 13 horas, esperava-nos uma divinal feijoada generosamente oferecida pela Associação de Moradores e Amigos da Silha do Pascoal.O ambiente esteve fantástico,abrilhantado pelo Trio Maravilha, que ao olhos do repórter pareceu um "trio de quatro", talvez devido ao efeito do precioso néctar. Como não podia deixar de acontecer, os cantares alentejanos marcaram forte presença e uma brejeira desgarrada encerrou a sessão. Foi muito divertido!Os Caminheiros Monte da Lua foram mais uma vez muito bem recebidos e deixam aqui a expressão dos seus agradecimentos aos seus congéneres grandolenses em geral e, em particular, à Elisabete Dias e Rui Silva dos Caminheiros de Grândola, não esquecendo a Presidenta da Associação de Moradores e Amigos da Silha do Pascoal.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

POLÍTICOS COM GENOMA IMUTÁVEL

«ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, governado por vaidades e por interesses de especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?»


(Eça de Queiroz, 1867 in "O distrito de Évora")

terça-feira, 12 de abril de 2011

FERNANDO NOBRE DEIXOU CAIR A MÁSCARA

Se há um ano pedíssemos aos portugueses uma opinião sobre o Dr. Fernando Nobre, certamente que maioritariamente seria reconhecido o seu elevado grau altruísta materializado na missão da AMI - Assistência Médica Internacional.

O Pai do Bicho não crê que hoje essa opinião se mantenha. O Dr. Fernando Nobre já andou de braço dado com o PPM, foi mandatário do Bloco de Esquerda nas eleições europeias em 2009 e candidato à Presidência da República nas eleições de Janeiro último. Demarcou-se dos partidos políticos e chegou a afirmar que nunca aderiria a qualquer deles. Defendeu o exercício de cidadania e uma forte intervenção política dos cidadãos à margens dos partidos políticos. Por tudo isto os portugueses concederam-lhe 14% dos votos nas últimas eleições presidenciais.

Esta semana, o Dr. Fernando Nobre aceitou integrar, como independente, as listas de candidatos a Deputados do PSD, encabeçando a lista pelo distrito de Lisboa e foi anunciado como putativo candidato a Presidente da Assembleia da República.

Esta notícia trouxe a desilusão a quem acreditava no espírito de missão e numa participação desinteressada e independente na política por parte do fundador da AMI.

Passos Coelho (O Obama de Massamá, como lhe chama Felícia Cabrita, na sua biografia), deu um tiro no pé ao convidar o Dr. Fernando Nobre. Porquê? Os votos conquistados pelo nobre médico nas eleições presidenciais não serão transferíveis para as legislativas porque os eleitores que contribuíram para os 14% que alcançou nas últimas eleições não votarão no lado avesso da casaca que o Dr. Fernando Nobre vestia em Janeiro passado. Também não é crível que esta escolha seja pacífica no seio do PSD, porque o lugar de cabeça de lista pelo maior circulo eleitoral é sempre muito apetecido e disputado por "barões", "duques" e "condes" do partido. Acresce o Dr. Fernando Nobre parece não ter o perfil adequado para um bom desempenho na presidência do Parlamento. Esta nobre função exige uma figura prestigiada, disciplinadora, conciliadora, com discurso fluente e suficientemente experiente para não "aparar golpes manhosos" de parlamentares profissionais contaminados pelo ar viciado de S. Bento.O Dr. Fernando Nobre perdeu a face e deixou cair a máscara ao optar por engrossar a fileira dos que querem servir-se da política. Terá sido por vaidade?

domingo, 10 de abril de 2011

O DOMINGO COMEÇOU NO MUCIFAL

Com o Palácio da Pena à vista, os CAMINHEIROS MONTE DA LUA reuniram-se no parque de estacionamento contíguo ao Complexo Desportivo da União Mucifalense, quando os ponteiros do relógio assinalavam as 9 horas, para realizarem o habitual passeio dominical. Logo à partida um trio de caminheiras assumiu o comando do grupo em direcção às vinhas da casta ramisco, plantadas na areia e que caracterizam o precioso e afamado vinho da região de Colares. Com o mar no horizonte passámos por um dos ícones das Azenhas do Mar e pelas suas abruptas falésias que infelizmente evidenciam perigo de derrocada. O agradável espaço atravessado por uma linha de água que corre para o oceano convidou os caminheiros a uma curta pausa para conforto estomacal, enquanto alguns açudes expressavam a irrequietude das águas. Sobre a falésia, demos então continuidade à nossa marcha, passámos por algumas casas típicas, com a Praia do Magoito ao fundo. No regresso, nem um esbelto equídeo resistiu a cumprimentar o grupo. Apesar da caminhada se ter desenrolado em terreno plano e quase isento de obstáculos, não deixou de surgir a tal excepção que confirma a regra, que obrigou os caminheiros a imitarem os animais rastejantes.Cerca do meio dia e meia hora o passeio estava concluído, após 12 kms. de salutar convívio dos 23 elementos que deram hoje corpo aos CAMINHEIROS MONTE DA LUA. Foi "porreiro pá"!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

VÍRUS INFORMÁTICOS

O primeiro vírus de computador foi criado no ano de 1971 por Bob Thomas.

“Eu sou o Creeper, apanha-me se és capaz!”. Era com esta frase provocatória que o primeiro vírus informático aparecia nos ecrãs dos primitivos computadores da Arpanet, a rede informática norte-americana que está na origem da Internet.

O Creeper não passava de uma inocente brincadeira de um programador que apenas quis provar que era possível introduzir programas numa rede informática sem autorização.

Ao longo de quatro décadas o cibercrime disparou exponencialmente: em 1990 foram detectados 1300 vírus, em 2000 existiam 50 mil e em 2010 foram identificados 200 milhões.

Nos últimos cinco anos, estes programas informáticos maliciosos passaram a ter como objectivo o lucro, através de modelos de negócio mais ou menos sofisticados e passaram a fazer parte da guerra industrial entre Estados.

Cuidado que eles andam aí...

terça-feira, 5 de abril de 2011

LENDA DA PRAIA DA URSA

"A poucas centenas de metros do Cabo da Roca existe um pequeno paraíso fotográfico chamado Praia da Ursa. A praia mais ocidental da Europa é um sítio selvagem, fruto de milhões de anos de erosão provocada pela força do oceano atlântico. Para lá chegarmos temos de descer um falésia dificil. Mas quando por fim chegamos ao areal sabemos que valeu o esforço. Escarpas pontiagudas entre falésias elevadas, um pequeno areal e inúmeras rochas trazidas pelo mar fornecem um manancial quase inesgotável de imagens arrebatadoras, principalmente ao fim da tarde quando o sol está perdendo a sua força e se esconde por entre as rochas.Duas gigantescas pedras destacam-se no seu lado Norte fazendo-nos lembrar, a primeira, uma ursa em pose altiva. Uma lenda conta que há muitos milhares de anos, quando a terra estava coberta de gelo, aqui vivia uma ursa e seus filhotes. Quando o degelo começou, os Deuses avisaram todos os animais para abandonarem a beira-mar, mas a ursa, teimosa, recusou-se pois ali tinha nascido e ali queria ficar. Os Deuses enfurecidos transformaram a ursa em pedra e os seus filhotes em pequenos calhaus dispersos à volta da mãe e ali ficaram para sempre dando assim o nome à praia."

(Fonte: mail enviado por R.Hilário)

domingo, 3 de abril de 2011

ODISSEIA MATINAL NA PEDRA DA URSA


Desta vez o Pai do Bicho inicia a habitual reportagem do passeio dominical com uma novidade.

Como decerto observaram trata-se de um diploma que atesta a façanha realizada pelo nosso grupo esta manhã.

Este documento foi idealizado pelo nosso companheiro Rui Hilário.

Mas os dotes criativos do nosso camarada não se ficaram por aqui. Já repararam que ele baptizou o grupo e até criou um logótipo?

"Caminheiros Monte da Lua" parece-me um bom nome que presta uma justa homenagem à serra idílica onde realizamos a maior parte dos nossos passeios.

Parabéns ao Rui Hilário pela sua criatividade.

Vamos então à reportagem do passeio:


A Praia da Adraga foi o ponto de partida para um inesquecível passeio que realizámos esta manhã em que o sol só a espaços fez a sua aparição.O primeiro troço do percurso foi muito acessível e, por isso foi percorrido com extrema facilidade.Logo no início, as formas de um curioso cacto mereceu a atenção dos caminheiros,enquanto ao longe o altaneiro convento da Peninha se destacava na paisagem.A anteceder o Cabo da Roca, o trilho foi subitamente interrompidoe o incansável Luís rapidamente encontrou novos caminhos,não obstante sermos forçados a romper canaviais de elevada dimensão.O farol do Cabo da Rocaorientou a nossa rota para o marco que indica o ponto mais ocidental da Europa, "onde a terra se acaba e o mar começa", como muito bem escreveu Luís Vaz de Camões em "Os Lusíadas". Com o Cabo Raso no horizonte,uma parte do grupo abrigou-se da fúria do vento junto a um velho muro de pedra para o habitual abastecimento estomacal,enquanto os restantes elementos usaram o abrigo natural de uma ravina para merendarem.A etapa seguinte foi a Pedra da Ursa,mas os caminhos que conduziram à sua aproximação, puseram à prova a ousadia de todos os participantes.O Abel destacou-se dos demais ao ponto de ter que esperar sentado, a meia encosta, pelos restantes elementos do grupo.Da vegetação rasteira passámos a ter que caminhar sobre pedregulhos nem sempre fáceis de ultrapassarpara nos aproximarmos da Pedra da Noiva.O desfiladeiro chegou a causar vertigens aos mais impressionáveis, mas todos acabaram por superar os obstáculos que se foram deparando. Foi uma autêntica façanha!Depois de passarmos pela Praia do Cavaloconquistámos o direito de finalizar a nossa odisseia através de caminhos mais acessíveis.Os ponteiros do relógio já se encaminhavam para as 13 horas quando os 26 caminheiros concluíram mais uma agradável passeio matinal, desta vez marcado por uma odisseia que, depois de ultrapassada certamente contribuiu para melhorar a auto-estima individual e fortalecer o espírito de grupo.