segunda-feira, 21 de março de 2011

GRÂNDOLA E SAMORA ABRAÇARAM SINTRA

No passado domingo recebemos a visita de caminheiros de Grândola e Samora Correia.Concentrámo-nos pelas 09h30 em S. Pedro de Sintra para, após um curto "briefing",iniciarmos uma caminhada através de vielase calçadas desta freguesia que é caracterizada pelas suas lojas de antiguidades, solares brasonados, igrejas e uma famosa feira que remonta ao século XII e onde aos 2ºs. e 4ºs. domingos de cada mês se pode encontrar um pouco de tudo.Percorremos depois o Parque da Liberdade e a Volta do Duche, onde se encontravam expostas artísticas esculturas em pedraem frente à velha Fonte Mourisca.Chegámos então ao centro histórico da Vila de Sintra, que foi conquistada aos mouros no ano de 1147 e foi classificada como Património Mundial da Unesco em 1995.
Junto ao Palácio da Vila, construído no século XV e que foi utilizado pela Família Real Portuguesa até final da monarquia, em 1910,processou-se a habitual "foto de família",que no momento estava incompleta porque alguns dos seus membro tinham ficado a saborear a deliciosa doçaria da pastelaria Piriquita.Seguidamente atravessámos o centro histórico,passámos por uma cascata de alvas águase contornámos a Quinta da Regaleira, que foi mandada edificar por António Augusto Carvalho Monteiro ao arquitecto italiano Luigi Manini, nos primórdios do século XX. Esta quinta encerra em si uma forte influência pelas tradições míticas e esotéricas, reflectindo os ideais dos Templários e dos mestres da Maçonaria.Frente ao Palácio de Seteais, mandado construir no último quartel do século XVIII pelo então cônsul da Holanda em Portugal, numa porção de terra cedida pelo Marquês de Pombal e que é hoje uma unidade hoteleira de luxo do grupo Tivoli,começámos a trepar serra acima, através dum estreito atalho, com piso irregular entre quintas densamente povoadas de frondosas árvores,até alcançarmos a rampa da Pena.Como o esforço requerido pela subida abriu os apetites, fizemos uma pausa para o necessário aconchego estomacal.Como não podia deixar de ser, os nossos amigos alentejanos apresentaram um farnel rico em chouriços e várias qualidades de "belo tintol", que generosamente partilharam com os restantes caminheiros.Com as barriguinhas atestadas retomámos a marcha continuando a subida da rampa da Penaaté à entrada do Parque da Pena, que foi mandado plantar no terceiro quartel do século XIX por D. Fernando II de Saxe-Coburgo, rei consorte de Portugal, por ter casado com D. Maria II.O grupo deambulou pelo parque entre variadíssimas espécies vegetais, algumas delas exóticas,atravessou pontes,viu pequenos palacetes,visitou uma exposição de caméliase deslumbrou-se com o fabuloso Palácio da Pena, que D. Fernando II mandou erigir no século XIX, no local onde um raio destruiu antes do terramoto de 1755 um convento construído em madeira no século XVI, que pertencia à Ordem de S. Jerónimo. Este palácio assenta em enormes rochedos e mistura os estilos neo-gótico, neo-manuelino, neo-islâmico, neo-renascentista e indiano. Foi no Palácio da Pena que a D. Amélia, mãe do rei D. Manuel II, passou a sua última noite em Portugal. Foi a noite que antecedeu a implantação da República, de 4 para 5 de Outubro de 1910.A anteceder a saída do deslumbrante Parque da Pena, tivemos ainda ocasião para apreciar fontes,pequenos palácios,e diversos lagosalguns deles povoados por elegantes cisnes.Acedemos depois ao cume onde se encontra o Castelo dos Mouros, edificado entre os séculos VIII e XIX.Para finalizar o passeio matinal, descemos então a calçada que nos havia de levar de novo a S. Pedro de Sintra.A caminhada com cerca de 9 kms. foi dura. Contudo, a provar que esta actividade lúdica não conhece limites de idade, podemos afirmar que um participante júniore a D. Dilar que já é bisavó, tiveram uma brilhante prestação num percurso que contou com desníveis muito acentuados.Nas instalações da União Desportiva de Nafarros concluímos as "hostilidades" com um almoço servido aos 86 "pedo-mastigantes",constando a ementa de `sopa de legumes, bacalhau à Nafarros, carne de vitela estufada, doces variados e digestivos. Estava tudo divinal!Quase no final do repasto os simpáticos caminheiros de Samora Correia brindaram generosamente os presentes com um caixote repleto de deliciosos coscorões, ginjinha e abafadinho de confecção caseira. Estavam primorosos!Foi bom receber a visita dos amigos caminheiros de Grândola e Samora Correia. Esperamos ter-lhes proporcionado um domingo inesquecível. Ficamos agora a aguardar nova oportunidade para que eles voltem a
"ABRAÇAR SINTRA".

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