sábado, 25 de dezembro de 2010

VASOS COMUNICANTES ASSIMÉTRICOS


Hoje, mais do que nunca, a economia mundial e a globalização geraram um sistema de vasos comunicantes assimétricos, onde, para que alguns vivam bem, muitos lutam pela sobrevivência.

Zé Brites

domingo, 19 de dezembro de 2010

GUANTÁNAMO E OS "DESENFIANÇOS"

«O Governo rejeita qualquer envolvimento na questão dos voos com detidos de Guantánamo, apesar de o jornal espanhol ‘El País’ ter ontem divulgado novos telegramas do portal WikiLeaks, que dão conta de "pressões" de Washington sobre o Governo e da "cautela" com que o executivo autorizou esses voos.»

(Correio da Manhã 17-12-2010)


Esta notícia do Correio da Manhã fez-me recuar algumas décadas e traçar uma analogia, ressalvando as devidas dimensões, com uma situação típica bem presente em todos que cumpriram o serviço militar - os "desenfianços".
Corria o ano de 1973 e o Pai do Bicho encontrava-se a cumprir o serviço militar no Campo de Tiro da Serra da Carregueira. Sempre que era escalado para o serviço de Sargento de Dia era normal ser abordado por recrutas solicitando que permitisse a sua saída do quartel, sem autorização oficial, para breves deslocações a casa. Na gíria militar a essa situação dava-se o nome de "desenfianço".
Como os poderes do Pai do Bicho não lhe permitiam conceder tal autorização, mas compreendia as razões humanas dessa necessidade, respondia assim às referidas solicitações:
"Está bem. Vocês "desenfiam-se" por vossa conta e risco e não comunicarei a vossa ausência se até às X horas (uma hora determinada) vocês se apresentarem no quartel. Farei tudo para, oficialmente, ignorar os vossos desenfianços"
O Pai do Bicho tinha conhecimento das escapadelas dos recrutas mas fazia "vista grossa".
Não sei bem porquê, mas a eventual escala destes voos em solo português transportando prisioneiros de Guantánamo, trouxe à memória do Pai do Bicho alguns momentos vividos em 1973 no quartel da Serra da Carregueira...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

NA AUSTRÁLIA MANDAM OS AUSTRALIANOS


Aos Muçulmanos que querem viver de acordo com a lei do Sharia Islâmico foi-lhes dito muito recentemente para deixarem a Austrália, no âmbito das medidas de segurança tomadas para continuar a fazer face aos eventuais ataques terroristas.
Aparentemente, o Primeiro-Ministro John Howard chocou alguns muçulmanos australianos declarando que apoiava agências-espiãs encarregadas de supervisionar as mesquitas da nação.
O Pai do Bicho convida à leitura do discurso do 1º Ministro Australiano à comunidade Muçulmana.

«OS IMIGRANTES NÃO-AUSTRALIANOS, DEVEM ADAPTAR-SE. É pegar ou largar! Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.
A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.
A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!
A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.
Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.
ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA, E O NOSSO ESTILO DE VIDA. E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana: O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM.
Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou.»


Cada qual tire as suas ilações.

domingo, 12 de dezembro de 2010

SERRA CINZENTA

A manhã de hoje apresentou-se muito cinzenta, mas tal não foi impeditivo que, cerca das 9h30 nos reuníssemos junto à Barragem do Rio da Mula para realizarmos mais um passeio matinal.Sob a ameaça eminente de chuva começámos por atacar uma íngreme subida,serpenteámos a Serra de Sintra e por inúmeras ocasiões nos "encolhemos" para dar passagem a grupos de "betetistas", que parecendo surgir de entre as árvores, partilharam trilhos e outros caminhos serranos com os caminheiros.Com cerca de 5 kms. percorridos foi tempo do habitual aconchego estomacal.Apesar das chuvadas outonais os caminhos apresentaram-se em bom estado,não obstante, aqui ou acolá, surgirem algumas poças facilmente transponíveis.Depois de passarmos pelo parque de merendas e desportos radicais situado no lugar denominado Pedra Amarela,chegámos à Barragem do Rio da Mula, sem que o Sol alguma vez nos tenha visitado e sem que as pernas acusassem o esforço dispendido nos cerca de 11 kms. percorridos.Desta vez tivemos a simpática companhia do casal Abel e Lúcia, que se integraram na perfeição no grupo e tiveram uma prestação meritória neste baptismo pedestrianista.Num ambiente caracterizado pelas cores do final do Outono, suavizadas pelo nevoeiro, despedimo-nos até ao próximo passeio.

sábado, 11 de dezembro de 2010

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - Curiosidades (VI)

ABONO SUPERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO
Os vice-presidentes parlamentares com um mínimo de 20 deputados (PS e PSD), os presidentes das comissões permanentes e os vice-secretários da mesa têm de abono 15% do vencimento - 555 euros. Mais 129 euros do que o salário mínimo nacional.
Sem comentários...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SINTRA - História, beleza e encanto

Na manhã deste dia feriado fomos à procura dos encantos de Sintra.Depois de nos reunirmos no largo de S. Pedro de Sintra, onde, ao 2º. e 4º. domingo de cada mês, se realiza uma interessante feira secular,iniciámos uma caminhada através duma calçada ladeada por frondoso arvoredo,que nos levou à igreja de Santa Maria, um edifício em estilo romano-gótico, erguido no séc. XII por determinação de D. Afonso Henriques.De passagem pelo Parque da Liberdade tivemos oportunidade de apreciar, entre uma enorme variedade de plantas, árvores e flores, algumas peças representando animais que fazem parte do imaginário dos "pequenotes"e saímos pelo portão que dá acesso ao Palácio de Valenças, considerado ainda hoje um edifício romântico, onde esteve instalada a Biblioteca Municipal de Sintra desde 1936 até 2003.Após ultrapassarmos o Palácio da Vila, conhecido pelo seu conjunto de azulejos e dominado por duas chaminés geminadas, que coroam a cozinha e constituem o ex-libris de Sintra,uma cascata de alvas águas,antecedia o caminho para a Quinta da Regaleira, lugar com espírito próprio, edificado nos primórdios do Século XX, ao sabor do ideário romântico. Este fascinante conjunto de construções, nascendo abruptamente no meio da floresta luxuriante, é o resultado da concretização dos sonhos mito-mágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), aliados ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).Seguiu-se o Palácio de Seteais, que foi construído no séc. XVIII para o cônsul holandês Daniel Gildemeester, numa porção de terra cedida pelo Marquês de Pombal.Numa varanda deste palácio divisa-se uma esplendorosa vista da várzea de Sintra que se estende até ao mar.A partir deste local o grau de dificuldade do nosso passeio aumentou pela necessidade de vencer uma íngreme subida,que só terminou junto ao jardim da Pena, que envolve o palácio com o mesmo nome e onde podem encontrar-se mais de duas mil espécies vegetais, algumas delas raríssimas, como é o caso das araucárias e das magnólias gigantes. Neste jardim marcado por um estilo declaradamente romântico existem inúmeras grutas, fontes, lagos, estátuas e pequenos palacetes.Sobre um maciço rochoso isolado num dos cumes da serra ergue-se o Castelo dos Mouros, que remonta ao período de domínio islâmico e às conquistas de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Embora a escassez de tempo não tivesse permitido que caminhassemos ao longo das suas serpenteantes muralhas, apercebemo-nos da sua importância estratégica na época em que foi edificado.De seguida passámos pelo portão que dá acesso ao Palácio Nacional da Pena, que se integra no tecido natural de verdura e penedia, atestando as potencialidades estéticas do projecto. O Palácio remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885) adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete, segundo a sua apurada sensibilidade de romântico.Deixámos o Palácio da Pena para trás e caminhámos através da Tapada do Shore até Santa Eufémia, onde existe uma capela, infelizmente em mau estado de conservação, erigida para assinalar a putativa aparição daquela santa, no ano de 1787.Depois de descermos a calçada em direcção a S. Pedro de Sintra, concluímos a caminhada numa extensão de 7,5 kms, em cerca de duas horas e meia em perfeita simbiose com a natureza,convencidos que Sintra, além de possuir várias edificações históricas, tem realmente um conjunto de encantos naturais, que justificam que os seus visitantes dediquem algum do seu tempo a descobri-los.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ALFACINHA - Origem do termo

Não se conhece ao certo a origem da designação de "ALFACINHA" para os habitantes de Lisboa. Crê-se no entanto, que este termo poderá residir no costume que os lisboetas dos finais do séc. XIX tinham de conviverem em almoços domingueiros pelas hortas que existiam nos limites da cidade, onde, juntamente com o habitual peixe frito, consumiam muita salada de alface. Este hábito, pouco comum no resto do país, era visto como estranho ou pitoresco pelos forasteiros, tomando a designação um significado caricatural ou mesmo pejorativo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FMI substitui "SANTOS DA CASA"


Portugal atravessa uma fase complicada devido ao endividamento externo e ao excessivo défice orçamental.
Estes problemas seriam com toda a certeza ultrapassados se a economia estivesse a crescer satisfatoriamente. Porém, tal não acontece e, ao invés, espera-se uma recessão em consequência das medidas de austeridade recentemente aprovadas. Daí que os "Mercados" estejam a seguir atentamente a situação portuguesa e progressivamente apliquem juros mais elevados sobre a dívida pública.
Ninguém consegue prever durante quanto tempo necessitaremos de recorrer a financiamentos, mas é certo que enquanto não formos capazes de gerar riqueza, pelo menos, para cobrir aquilo que consumimos, a situação tende a agravar-se. Conclui-se portanto que o descalabro financeiro se agudizará enquanto não resolvermos o problema económico.
É neste enquadramento que estão a ser exigidos sacrifícios aos portugueses, esperando-se que o esforço seja repartido por TODOS.
Entretanto, surgem sinais preocupantes de que alguns poderão ficar isentos de contribuir para a necessária normalização das contas públicas - é o caso da antecipada distribuição de dividendos de algumas empresas, com implicações negativas na arrecadação de receita fiscal; é também o caso da remuneração compensatória que cobrirá "integralmente a perda de vencimento dos funcionários públicos açorianos" que têm um rendimento mensal entre 1500 e 2000 euros.
Por estas situações e por outras já tornadas públicas, o BCE, o FMI e os "Mercados" olham com desconfiança para a recuperação da situação económica e financeira portuguesa e, neste panorama, será legítimo duvidar da capacidade do governo em fazer cumprir as medidas orçamentais aprovadas.
Com tudo isto, para além do descontentamento popular crescer exponencialmente, estamos a pôr-nos a jeito para uma visita prolongada do senhores do FMI. Muitos têm opinado que o FMI não nos fará adoptar medidas muito distintas daquelas que foram aprovadas. O Pai do Bicho não alinha pelo mesmo diapasão, pois receia que uma intervenção dos homens do Fundo Monetário Internacional seja previsivelmente penosa para o povo português, na medida em que obrigará à tomada de medidas cegas, não levando em conta algumas especificidades da nossa realidade.
Mas, é um facto que quer o governo, quer a oposição, têm evidenciado uma incapacidade total de entendimento e vontade política na resolução dos nossos problemas. É também público e notório que o executivo tem revelado descontrole nas contas públicas.
Neste contexto, o Pai do Bicho, mesmo sem querer fazer futurologia, tem a convicção que mais tarde, ou mais cedo, vamos ter cá o FMI, pois está provado que "SANTOS DA CASA NÃO FAZEM MILAGRES", sobretudo quando, alegadamente, ASSALTAM A "CAIXA DAS ESMOLAS".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ANTÓNIO ALEIXO NO SEU MELHOR


Há tantos burros mandando em homens de inteligência,
que ás vezes fico pensando, se a burrice não será uma ciência.


'' António Aleixo''

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

Se neste primeiro dia de Dezembro perguntássemos aos portugueses o que significa para eles a "restauração", não surpreenderia que muitas respostas tendessem associar a palavra a uma vertente da indústria hoteleira. Até parece anedota, mas o Pai do Bicho crê que não é preciso ser bruxo para adivinhar o resultado duma eventual sondagem onde este assunto fosse aflorado.
Para muitos, este dia é apenas mais um feriado aproveitado por muitos para efectuarem as primeiras compras de natal.
Esta data é indubitavelmente muito importante e todos os portugueses deviam ter bem presente que se deu o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela.
Dando como adquirido que a uma parte substancial dos portugueses desconhece ou não se recordará o que aconteceu em 1 de Dezembro de 1640, o Pai do Bicho pensa que as autoridades competentes deveriam investir mais na divulgação deste acontecimento que marcou decisivamente a história de Portugal.
Um povo que não conhece a história do seu país dificilmente valorizará a sua soberania. Isto parece particularmente grave neste momento em que está em causa a nossa independência .