segunda-feira, 14 de junho de 2010

CAMPOS E CUNHA DESCARRILOU!


"Não sei para que é que querem gastar dinheiro no TGV se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português gastando menos"

Estas palavras foram proferidas pelo ex-Ministro das Finanças Luís Campos e Cunha
Para muitos esta frase foi considerada simplesmente genial.
O Pai do Bicho pegou nesta afirmação e fez o exercício de calculo seguinte:
Um Porsche dos mais baratinhos tem um preço a rondar os 80.000 euros, que multiplicados por 10 milhões de portugueses resultaria no valor de 800 mil milhões de euros.
O TGV Lisboa/Madrid está orçamentado em 3.665 mil milhões de euros, que adicionados aos 525 milhões de euros da nova travessia do Tejo entre Chelas e Barreiro, perfaz o montante de 4.190 mil milhões de euros.
A frieza dos números revela que Campos e Cunha não sabe fazer contas, simplesmente não as fez, ou tendo a noção quantitativa do efeito da sua "proposta" e do custo orçamentado para o TGV, tentou manipular os mais incautos.
Por maior que seja o disparate, a maior parte dos leitores não desmonta os números e a genial(?) frase de Campos e Cunha acaba por ficar no ouvido da maioria.
O Pai do Bicho esperava que o ex-Ministro não fosse irresponsável e intelectualmente desonesto (como agora se diz), ao ponto de deixar escapar esta declaração que tem tanto de populista como de patética.
Cabe aqui lembrar que Campos e Cunha, invocando razões certamente muito ponderosas, deixou o cargo de Ministro no 1º. governo de Sócrates e regressou às suas funções de professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, depois de constatar não ser possível acumular por inteiro a pensão de 8.000 resultante do exercício do cargo de vice-governador do Banco de Portugal durante 6 anos (aos 49 anos de idade) com o vencimento de Ministro das Finanças no valor de 6.415 euros. (ver: http://portugaldescrente.blogspot.com/2008/03/retratos-do-portugal-descrente-4.html). Coincidências?!
Um pouco mais de ética e uma maior seriedade seriam bem vindas de quem exerce ou exerceu cargos públicos de elevada relevância.

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