terça-feira, 29 de junho de 2010

JOSÉ RÉGIO E O SEU BURRO


Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.


JOSÉ RÉGIO - Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.
Tão actual em 1969, como hoje...
E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!

sábado, 26 de junho de 2010

DIPLOMACIA VENCE CHAUVINISMO

Era uma vez um menino chamado Mathis, filho de um franco-português e mãe francesa, que reside na região parisiense e, que no dia seguinte à esmagadora vitória da selecção portuguesa de futebol sobre a sua congénere norte-coreana, vestiu a camisola da "equipa das quinas" e assim se apresentou na escola.
Porém, a felicidade de Mathis foi abruptamente interrompida pela directora do estabelecimento escolar, que o impediu de entrar na escola assim vestido, usando o argumento de que apenas tentava evitar conflitos entre alunos e entre pais de alunos que não teriam meios para comprar camisolas idênticas aos filhos.
Os pais de Mathis apresentaram então queixa contra a directora, que está agora a ser alvo de um inquérito da parte da hierarquia e falaram à imprensa francesa, que deu algum relevo ao caso.
O Pai do Bicho quer acreditar que este incidente se deve apenas ao mau feitio de uma Directora, que talvez tenha acordado mal disposta, talvez até decepcionada pelo vergonhoso comportamento da selecção do seu país. Naturalmente, esta sua atitude merecerá o repúdio dos seus concidadãos. Será mesmo injusto catalogar de chauvinista o povo francês por um acto isolado de um dos seus.
O nosso embaixador em França, Senhor Francisco Seixas da Costa não ficou indiferente a este caso e exteriorizou a sua apurada sensibilidade escrevendo uma carta de conforto à criança. Essa missiva mostra como é possível condenar o chauvinismo (do fr. chauvinisme, de Nicolas Chauvin, soldado de Napoleão tomado como tipo de patriota fanático) com inteligência, educação e diplomacia.

CARTA:

Olá Mathis

Soube há pouco, por um jornal, que não te deixaram entrar na escola, aqui em França, porque levavas vestida a camisola da seleção portuguesa. Os teus pais, ao que parece, ficaram aborrecidos com isso.

Queria dizer-te que não deves ficar preocupado com o que aconteceu. Pelos vistos, o objetivo da direção da tua escola foi evitar a possibilidade de outros meninos, de várias nacionalidades - a começar pelos franceses -, poderem meter-se contigo e criar alguma confusão. Se calhar, na tua escola, há meninos da Coreia do Norte...

É muito bom que tenhas sentido orgulho em usar a nossa camisola. A França é o país onde vives mas, como se viu, Portugal é o país que trazes no teu coração. É aqui que provavelmente irás fazer a tua vida no futuro, mas isso não te torna menos português. A França é uma terra onde há muita gente que veio de outros países, como de Portugal, à procura de oportunidades para trabalhar. A França deu-lhes essa possibilidade e os portugueses retribuíram com o seu trabalho, com a sua seriedade e honestidade para a riqueza da sociedade francesa. E aqui estão, também em sua casa. Ninguém deve nada a ninguém. E tu és a melhor prova do sucesso da integração dos portugueses em França, com a tua mãe francesa e o teu pai luso-descendente.

Os portugueses que aqui vivem devem ser sempre leais para com a França que os acolhe, da mesma maneira que a França tem de aceitar que tu, tal como os outros meninos que se sintam ligados a Portugal, possam exprimir isso, nas ruas ou nas camisolas. Pode discutir-se se a escola é o lugar mais indicado para andar com as camisolas da nossa seleção, mas, aos teus amigos de cá, deves lembrar que foi a Revolução Francesa, aquela que está na bela "La Marseillaise", que ensinou o mundo a lutar pela liberdade, a defender a igualdade entre todos e a demonstrar a nossa fraternidade perante os outros.

Para ti, caro Mathis, quero deixar-te um abraço bem lusitano e um convite para, um destes dias, vires, com os teus pais, visitar a Embaixada. E também espero que, qualquer que seja o resultado que a seleção portuguesa venha a ter no Mundial, tragas vestida a camisola das quinas. É que nós, os portugueses, temos por tradição ser muito orgulhosos do nosso país, nos bons e nos maus momentos.

Francisco Seixas da Costa

quinta-feira, 24 de junho de 2010

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - Curiosidades (I)

O presidente da Assembleia da República (AR) recebe 80% do ordenado do presidente da República - 5.810 euros. Recebe ainda um abono mensal para despesas de representação no valor de 40% do respectivo vencimento 2950 euros, o que perfaz 8760 euros. Usufrui de residência oficial e de um veículo para uso pessoal conduzido por um motorista.
Sem comentários...

terça-feira, 22 de junho de 2010

ENGº. JAMAIS NA CGD


Mário Lino, ex-ministro dos Transportes, é o novo presidente do conselho fiscal das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O "Engº. Jamais" vai assim substituir José Saldanha Sanches, falecido a 14 de Maio deste ano, que presidia aos conselhos fiscais da Fidelidade Mundial, Império Bonança e Caixa Seguros e Saúde, esta última a holding que agrega as várias marcas de seguros da CGD.
É por estas e por outras semelhantes que o país está como está. Alguns engenheiros, porque não devem perceber nada de engenharia, ocupam lugares de gestores, de fiscalistas, de auditores, de economistas, de contabilistas, etc, etc, etc. e depois assinam sem saber o quê. Mas isso pouco importa, o que é importante é que lá se conseguiu arranjar um bom "tacho" para o "amigalhaço" "Engº. Jamais", o que não foi fácil, diga-se. Não foi para a Cimpor, não foi para a Ren mas arranjou-se para Presidente de um Conselho Fiscal da área seguradora. Na verdade, a sua formação em engenharia está mesmo bem para este cargo. O Pai do Bicho gostava de saber porque é que os fiscalistas não podem assinar projectos de engenharia e os engenheiros podem assinar "de cruz" documentação fiscal e contabilística das empresas. Depois acontecem coisas como no caso do BPN em que o Sr. Dr. Dias Loureiro, segundo afirmou, se limitava a assinar porque tinha confiança em quem elaborava a documentação. Não admira que os Centros de Emprego contem nos seus registos com licenciados em fiscalidade ou áreas afins; mas esses, ainda que bons técnicos, não podem ocupar os lugares que estão guardados para os amigos porque o ordenado promete. E quem vai avaliar o "Engº. Jamais" nas suas funções? Possivelmente será o Sr. Engenheiro (colega de formação) José Sócrates, que como se sabe é um supra-sumo em matéria de controlo financeiro, contabilidade e fiscalidade, particularmente da área seguradora.
Este "senhor jamais" que um dia teve uma miragem ao vislumbrar um deserto na margem sul do Tejo, é o tal que não cumpriu a Lei quando entregou a encomenda dos Magalhães e concedeu à Liscont, do amigo Jorge Coelho, a exploração do terminal de contentores de Alcântara sem os necessários concursos públicos.
Acima de tudo esta nomeação é um insulto à memória do Homem Honesto que anteriormente ocupava o cargo. Francamente substituir Saldanha Sanches, Homem de uma Verticalidade inquestionável, por este "jamais" sempre pronto a mudar de opinião para estar de acordo com a voz do dono, só para não lhe tirarem o tacho, é INACREDITÁVEL!
Este senhor, teve um subsidio de reintregação, vai ter um salário e outras mordomias, a acumular com a reforma. Esta nomeação permite concluir que valeu a pena ao "Engº Jamais" trocar o PCP pelo PS.
O Pai do Bicho teme um dia ter de concordar com aqueles que querem acabar com as empresas publicas, participadas, fundações e institutos públicos. Talvez seja a única forma de pôr termo a estes tachos.
Vivemos num país pobre manipulado por meia dúzia de abutres que passam a vida a engendrar como beneficiar os amigos, familiares e compadres, alegando que apenas o fazem porque é uma medida de carácter imprescindível e de emergência! Somos um país de gente que com idade para trabalhar está no desemprego e de gente gananciosa, sem escrúpulos, reformada, com emprego!
Este é um país dum Povo com sono. Afinal Abril acordou-o mas como foi de madrugada, está agora a descansar, enquanto os poderosos não dormem. Até quando esta situação se vai manter?
Todos os dias se assiste a debates, opiniões e tudo mais nos vários canais televisivos. Porém, o Pai do Bicho não ouviu ninguém comentar esta inqualificável nomeação. Porque será?
É só promiscuidade! Estes políticos se não o fossem, e fossem mulheres com sotaque, teriam um anúncio num desses sites que existem pela internet com fotos muito educativas...
"Jobs for bad boys"
JAMAIS !

domingo, 20 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO - Citações (I)

«Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.»

José Saramago, 08-06-2008

sexta-feira, 18 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)


José Saramago morreu hoje em Lanzarote, aos 87 anos de idade.
José de Sousa Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho da Golegã no ano de 1922 e aos três anos de idade acompanhou seus pais que emigraram para Lisboa. Devido a dificuldades económicas familiares apenas concluiu os estudos secundários (liceal e técnico).
Serralheiro mecânico foi a sua primeira profissão, tendo depois exercido outras, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova". Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". A partir de 1976 viveu exclusivamente do seu trabalho literário. Foi escritor, argumentista, dramaturgo, romancista e poeta.
Apreciado em Espanha, onde era considerado filho adoptivo, a sua obra foi traduzida para várias línguas, prestigiando a língua portuguesa.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
A sua insubmissão, combate pela justiça e meio ambiente e fortes convicções, que transparecem no seu legado literário, geraram polémicas.
José Saramago deixa também uma Fundação sem fins lucrativos, dirigida pela sua mulher Maria del Pilar del Rio Sánchez, com o objectivo de promover o estudo da obra literária do seu Instituidor bem como da sua correspondência e espólio e respectiva preservação. José Saramago permanecerá vivo através da obra que nos deixou e que constitui motivo de orgulho para todos os portugueses.

Obrigado José Saramago!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

BAFANA BAFANA


Muitos portugueses já ouviram ou leram na comunicação social a designação "BAFANA BAFANA", desconhecendo o seu significado.
Eis chegado o momento do Pai do Bicho prestar o devido esclarecimento.
"BAFANA BAFANA" é o nome atribuído à selecção de futebol da África do Sul.
"BAFANA BAFANA" significa "os rapazes os rapazes" no dialecto isizulu.
Esta alcunha provem do grito dos fãs desta selecção por ocasião da vitória da equipa na Taça das Nações Africanas em 1996 (que também se realizou na África do Sul). Desde o fim do apartheid e do isolamento desportivo da África do Sul, os "BAFANA BAFANA" qualificaram-se duas vezes, uma em 1998 e outra em 2002 – para a Copa do Mundo da FIFA.
Este ano participam na mesma competição na qualidade de anfitriões.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

CAMPOS E CUNHA DESCARRILOU!


"Não sei para que é que querem gastar dinheiro no TGV se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português gastando menos"

Estas palavras foram proferidas pelo ex-Ministro das Finanças Luís Campos e Cunha
Para muitos esta frase foi considerada simplesmente genial.
O Pai do Bicho pegou nesta afirmação e fez o exercício de calculo seguinte:
Um Porsche dos mais baratinhos tem um preço a rondar os 80.000 euros, que multiplicados por 10 milhões de portugueses resultaria no valor de 800 mil milhões de euros.
O TGV Lisboa/Madrid está orçamentado em 3.665 mil milhões de euros, que adicionados aos 525 milhões de euros da nova travessia do Tejo entre Chelas e Barreiro, perfaz o montante de 4.190 mil milhões de euros.
A frieza dos números revela que Campos e Cunha não sabe fazer contas, simplesmente não as fez, ou tendo a noção quantitativa do efeito da sua "proposta" e do custo orçamentado para o TGV, tentou manipular os mais incautos.
Por maior que seja o disparate, a maior parte dos leitores não desmonta os números e a genial(?) frase de Campos e Cunha acaba por ficar no ouvido da maioria.
O Pai do Bicho esperava que o ex-Ministro não fosse irresponsável e intelectualmente desonesto (como agora se diz), ao ponto de deixar escapar esta declaração que tem tanto de populista como de patética.
Cabe aqui lembrar que Campos e Cunha, invocando razões certamente muito ponderosas, deixou o cargo de Ministro no 1º. governo de Sócrates e regressou às suas funções de professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, depois de constatar não ser possível acumular por inteiro a pensão de 8.000 resultante do exercício do cargo de vice-governador do Banco de Portugal durante 6 anos (aos 49 anos de idade) com o vencimento de Ministro das Finanças no valor de 6.415 euros. (ver: http://portugaldescrente.blogspot.com/2008/03/retratos-do-portugal-descrente-4.html). Coincidências?!
Um pouco mais de ética e uma maior seriedade seriam bem vindas de quem exerce ou exerceu cargos públicos de elevada relevância.

sábado, 12 de junho de 2010

A PRAGA DE VUVUZELAS

A vuvuzela tem cerca de um metro de comprimento e é presença habitual em jogos de futebol na África do Sul desde meados da década de 90. Emite um som semelhante a um elefante e o prefixo "vuvu" provém do próprio ruído que emite. Começou por ser de estanho mas, depois de ser considerada uma arma perigosa, passou a ser de plástico.
Nos estádios da África do Sul, atingiu grande popularidade. Contudo, os treinadores queixam-se que não conseguem dar indicações aos jogadores. Os jogadores queixam-se que não conseguem ouvir os treinadores. Os árbitros queixam-se que não se conseguem ouvir uns aos outros. Os jornalistas queixam-se que não conseguem falar para as redacções. Os médicos garantem que pode causar surdez. Há mesmo quem diga que a coisa pode provocar ataques de elefantes.
Há quem as deteste e, depois, há os outros – os que têm uma vuvuzela –, que as adoram.
Entre nós, a vuvuzela espalhou-se como uma praga prometendo tornar a nossa vida num Inferno. Nas mãos de crianças e adultos ameaça, a cada momento, rebentar com os tímpanos de todos. A GALP utiliza-a como "som de marca" e oferece-a prometendo "energia positiva".
Que estranho conceito de "energia positiva" parecem ter os publicitários da GALP!
Será que pretendam utilizar os decibéis debitados pelas vuvuzelas para abafar as vozes que reclamam os elevados preços dos combustíveis?
Os mexicanos fizeram calar as vuvuzelas quando Rafael Marques marcou o golo do empate no jogo com a África do Sul. Esperemos que não seja necessário um mau resultado da nossa selecção para que o nefasto ruído desse instrumento seja erradicado entre nós.
POR FAVOR, ACABEM COM A PRAGA DE VUVUZELAS!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ACIDENTES EM AUTO-ESTRADA

Vêm aí as férias e com elas as viagens que se desejam livres de acidentes, mas nem sempre assim acontece.
Para obviar eventuais prejuízos decorrentes de sinistros cuja responsabilidade deve ser imputada às concessionárias de auto-estradas, é oportuno lembrar que convém não ignorar o preceituado da legislação que defende o interesse das vítimas.
Por vezes aparecem nas auto-estradas objectos estranhos às mesmas, como peças largadas por outros veículos, objectos de cargas que se soltam e até animais... coisas que não deveriam acontecer porque as concessionárias são responsáveis pela sua manutenção e condições de segurança. Estas situações podem provocar acidentes causando danos pessoais e materiais. Contudo, se isto acontecer, deve ser exigida a presença da brigada de trânsito.
Os empregados da empresa concessionária poderão dizer que não é preciso porque eles tratam de tudo... No entanto e conforme a Lei 24/2007, que define os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como Auto-Estradas Concessionadas (tendo em atenção o Art º 12º nº 1 e 2), as vítimas de sinistros só poderão reclamar o pagamento dos danos à concessionária se houver participação das autoridades!
Evitar a presença das autoridades é uma técnica que as concessionárias estão a utilizar para se livrarem de pagar as devidas indemnizações por danos causados a terceiros.
No caso de acidente da responsabilidade da concessionária,
*É IMPERIOSA A PRESENÇA DAS AUTORIDADES*
NÃO LEVAR EM CONTA ESTE PROCEDIMENTO PODERÁ CUSTAR CENTENAS OU MILHARES DE EUROS.
Boas viagens!

terça-feira, 8 de junho de 2010

SURTO DE LESÕES NO MUNDIAL DE FUTEBOL

Em fase de preparação para o Mundial de Futebol algumas das selecções concorrentes viram-se privadas do concurso de alguns dos seus jogadores devido a inesperadas lesões.
São os casos de Sorensen e Bendter da Dinamarca; Essien do Gana, Arjen Robben da Holanda, Drogba da Costa do Marfim, Obi Mikel da Nigéria, David Beckham e Rio Ferdinand da Inglaterra, Michael Ballack da Alemanha e agora até Nani se lesionou.
Perante este enorme rol de ilustres indisponíveis, o Pai do Bicho quis solidarizar-se com estes desportistas e, num vasto menu de lesões, "escolheu" uma artrite no joelho direito, que além de lhe causar umas dorzitas, o impede de dobrar a perna direita.
Devidamente medicado, o Pai do Bicho está agora a cumprir um período de repouso que o impossibilita temporariamente de participar, não no Mundial de Futebol, onde já tem lugar cativo num sofá doméstico, mas nas saudáveis caminhadas dominicais. Paciência...
Resta-me esperar e prometo voltar ao seio do grupo das caminhadas quando a "dobradiça estiver desenferrujada".

domingo, 6 de junho de 2010

BAIRRO ALTO

O Bairro Alto é um dos mais pitorescos bairros de Lisboa, sendo delimitado a oeste pela Rua do Século, a este pela Rua da Misericórdia, a norte pela Rua D. Pedro V e a sul pela Rua do Loreto e Largo do Calhariz.
No séc. XVI, Lisboa expandia-se a todo o vapor atingindo quase 200 mil habitantes. Foi então construído o Bairro Alto, inicialmente conhecido por Vila Nova dos Andrades, em honra dos ricos burgueses galegos que aí se estabeleceram.”. Nessa época foi mesmo considerado o bairro mais rico da cidade.
Durante o séc. XIX e até ao terceiro quartel do séc. XX, o bairro abrigava as sedes dos principais jornais e tipografias do país. Ainda hoje é possível encontrar ecos desse tempo em nomes de ruas como a Rua Diário de Notícias ou a Rua do Século. Este bairro foi um dos mais intelectuais da capital, frequentado e habitado por jornalistas, escritores e estudantes. Era também lugar de tascas de marinheiros, de lugares de má fama e de muita prostituição.
Esta zona típica de Lisboa, de ruas estreitas e empedradas adjacentes às zonas do Carmo e do Chiado, com casas seculares e pequeno comércio tradicional é, há várias dezenas de anos, o local mais conhecido da noite lisboeta, com inúmeros bares e restaurantes a par das casas de fado.Nos últimos 20 anos adquiriu uma vida muito própria e característica, onde se cruzam diferentes gerações na procura de divertimento nocturno. Parte dos prédios foram ou estão a ser recuperados, mantendo-se a traça original dos mesmos, o que veio permitir a instalação de novos e alternativos espaços comerciais, encontrando-se desde lojas multimarca e ateliers a lojas de tatuagens e piercing.
Aos poucos verifica-se também que passou a ser procurado como um lugar para viver, estando a sua população a ser renovada e rejuvenescida.
Como curiosidade, fica aqui o apontamento que o Pai do Bicho encontrou o seu primeiro emprego no ano de 1965, no Bairro Alto, que à época possuía má fama, pela densidade de prostitutas e vilões, que criavam um clima propício à existência de desordem pública.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

FMI INTERVEM NOS PARTIDOS POLÍTICOS?


O ano de 2009 foi marcado por três actos eleitorais. Houve eleições para o Parlamento Europeu, Assembleia da República e autarquias.
Para tentar conquistar os votos dos eleitores, os partidos políticos empenharam-se em campanhas eleitorais e investindo com meios financeiros de que não dispunham recorreram a financiamentos da banca e fornecedores. O balanço das suas dívidas evoluiu assim:

Em 2008 o PS devia 3 349 456 euros. Em 2009 a dívida aumentou para 35 354 709 euros.
Em 2008 o PSD devia 166 242 euros. Em 2009 a dívida subiu para 29 138 611 euros.
Em 2008 o CDS-PP devia 932 700 euros. Em 2009 a dívida cresceu para 3 467 894 euros.
Em 2008 o BE devia 91 000 euros. Em 2009 a dívida ascendeu a 1 200 000 euros.

O PCP não apresentou o montante das suas dívidas. Ou será que não as tem?
Em tempo de crise económica é obra!
Para além destes gastos à tripa-forra registe-se que o Tribunal Constitucional assinalou várias irregularidades na apresentação das contas dos partidos políticos.

Ele há coisas que o Pai do Bicho não entende e por isso questiona:
Quem irá solver estas dívidas?
Será preciso gastar tanto dinheiro para obter votos?
Quem não governa bem a sua casa terá competência para gerir a coisa pública?
Terão os partidos autoridade moral para exigirem sacrifícios aos portugueses?
Onde está o sentido de responsabilidade dos dirigentes políticos?
Será que a vergonha faz parte do léxico desta gente?
O Tribunal Constitucional não deveria condenar os responsáveis dos partidos por violação da legislação em vigor?
Até quando os políticos continuarão impunes pela gestão danosa dos partidos e do país?

Perante esta situação, o Pai do Bicho espera que cada partido também elabore o seu Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). Ou será necessária a intervenção do FMI?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

OBRA DE LEAL DA CÂMARA EM EXPOSIÇÃO

Poucos são os munícipes de Sintra conhecedores da obra de Leal da Câmara. Mas agora têm oportunidade de conhecer o seu trabalho artístico se visitarem o Sintra Museu de Arte Moderna, onde, associado à exposição da World Press Cartoon 2010, está patente uma retrospectiva da obra de Tomás Leal da Câmara, um dos autores mais marcantes do desenho de humor em Portugal.
Esta selecção do espólio da Casa Museu Leal da Câmara em Sintra, composta por pintura, desenho, caricaturas e capas de publicações, pode ser vista até final de Outubro.
Leal da Câmara nasceu em 1876 em Pangim (Nova Goa) e dedicou a sua vida à arte e à caricatura. A sua carreira foi marcada pelo jornalismo gráfico, com uma prática sistemática de crítica da Monarquia, caricaturando ferozmente as figuras públicas do regime e o próprio Rei D. Carlos.

O Pai do Bicho visitou e recomenda esta exposição.
A entrada no museu é livre, podendo ser visitado de terça-feira a domingo entre as 10h00 e as 18h00.

Museu de Arte Moderna de Sintra
Avenida Heliodoro Salgado
2710 - 575 Sintra - Portugal
Telefs.: 21 924 81 70/6



Para saber mais clique em:

terça-feira, 1 de junho de 2010

OS FESTIVAIS E A CRISE

No passado domingo estiveram presentes cerca de 40.000 espectadores no Estádio Nacional a assistir a um concerto de apoio à Selecção Nacional, que vai disputar o Mundial de Futebol. O preço dos bilhetes variava entre os 35 e os 50 euros.
No mesmo dia terminou em Lisboa o Rock In Rio que contou com mais de 350.000 espectadores nos cinco dias de duração do festival. O ingresso mais barato estava fixado em 58 euros.
A clientela destes dois espectáculos, maioritariamente composta de adolescentes, revelou capacidade financeira para suportar o elevado preço dos bilhetes, levando o Pai do Bicho a imaginar que tudo isto acontecia num país de economia próspera e finanças equilibradas. Pura ilusão!
No dia seguinte retomaram-se os sinais da crise em que o país se encontra mergulhado, restando a consolação de que, pelo menos estas centenas de milhares que assistiram aos dois festivais conseguem superar os efeitos deste período difícil. Ou será que esta gente se sente feliz por viver acima das suas possibilidades? Se assim é, não lhes assiste o direito moral de invocarem a crise.
Pegando neste assunto por outra vertente, parece excessiva a catadupa de importação de espectáculos musicais de bandas rock e afins que esgotam Coliseus, estádios, pavilhões e a Bela Vista , pelo que representa de saída de fundos em tempo de penúria financeira de um país pobre.
Quantos automóveis da Auto Europa será necessário exportar para compensar os custos de um só espectáculo dos U2, Black Eyed Peas, Ivete Sangalo, Elton John, Rammstein, Shakira, etc...?
Continuamos assim "POBRETES MAS ALEGRETES".