segunda-feira, 29 de março de 2010

ALHANDRA E SERRA DE Á-DO-FORMOSO

A visão que tinha sobre Alhandra não era de todo agradável, pois só me ocorria a Cimpor e um conjunto de fábricas... No passado domingo mudei de ideias quando me juntei a cerca de centena e meia de caminheiros, no jardim da Praça Soeiro Pereira Gomes, junto à Sociedade Euterpe Alhandrense, naquela vila ribatejana.Neste jardim, entre o coreto e várias estatuetas, pode ser apreciada uma pequena traineira, que simboliza a actividade piscatória desta pequena vila.Pouco passava das nove horas quando iniciámos a nossa caminhada através de um passeio ribeirinho,onde não foram esquecidas instalações sanitárias para canídeos,bancos e mesas sob um alpendre,um mini circuito de manutençãoe até um forno comunitário.Percorridos cerca de dois quilómetros desse agradável corredor junto ao rio, chegámos a Vila Franca de Xira, tendo em fundo a ponte Marechal Carmona.Pela frente, a fazer lembrar os repuxos existentes no Parque das Nações, um belo efeito de água parece refrescar a famosa praça de touros ribatejana.Deixando o Tejo para trás e depois de atravessarmos a via férrea e a A1, iniciou-se a escalada da Serra de Á-do-Formoso.Em Á-dos-Loucos a paisagem era soberba.Chegados a São João dos Montes, foi junto ao pelourinho que se fez a habitual pausa para abastecimento,havendo ainda tempo para apreciar a igreja local,o seu altare um antigo relógio de sol existente na parede virada a sul.Após uma pequena descida, atravessámos a localidade de Sub-Serra, onde existe uma quinta que embora não tenha sido possível visitar, se sabe possuir um polidesportivo, uma vinha, um jardim, um pombal, um palácio e uma piscina.Voltámos a subir a serra para uma zona onde existiu um conjunto de fortificações que faziam parte integrante das famosas Linhas de Torres, que se destinavam a defender a cidade de Lisboa das invasões francesas ocorridas no início do séc. XIX.Lá do alto, a paisagem continuava a lavar a vistae, junto a um parque de merendas,parámos num miradouro, que no centro tem um monumento às Linhas de Torres, constituído por um pilar em pedra suportando a estátua de Hércules.Já na descida, a cimenteira Cimpor passou a fazer parte da paisagem,até que avistámos Alhandra e a sua igreja matriz, onde chegámos após treze quilómetros de caminhada, percorridos em cerca de três horas e meia.

sexta-feira, 26 de março de 2010

PENAMACOR - Aldeias Históricas (VIII)

A vila de Penamacor situa-se no distrito de Castelo Branco, sendo limitada a norte pelo município do Sabugal, a leste pela fronteira espanhola, a sul por Idanha-a-Nova e a ocidente pelo Fundão. Esta vila fronteiriça, situada a uma altitude de 550 metros, ocupa uma área de 555 quilómetros quadrados, tem cerca de 7000 habitantes e foi disputada por romanos, visigodos e mouros.Ainda se podem admirar as muralhas do castelo mandadas edificar por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, no século XII.
Entre as várias igrejas existentes em Penamacor é a Igreja da Misericórdia, construída no século XVI, com um belo portal manuelino encimado por esferas armilares, que constitui o principal orgulho da vila.
A Domus Municipalis, tem uma porta de entrada para o cimo de vila, é contígua ao conjunto de muralhas, que se encontram em razoável estado de conservação. Na fachada voltada para as cercanias, podem ver-se duas harmoniosas janelas e entre elas o brasão de armas de Penamacor, com as esferas de D. Manuel I.Encostada à muralha medieval existe uma torre, cuja construção remonta, provavelmente ao início do séc. XIV.
As actuais ameias e campanário são fruto da reconstrução operada em meados do séc. XX para receber o novo relógio carrilhão instalado em 1956, em substituição do velho relógio que já vinha do séc. XIX.
Junto à antiga porta de entrada da Cidadela, do lado exterior à cerca, pode ver-se um pelourinho num espaço que foi inicialmente Praça Pública, onde se efectuavam todo tipo de vendas, sendo mais tarde, convertido em cemitério, que foi extinto em 1857.A torre de menagem, que foi recuperada e restaurada é tudo o que resta da alcáçova de um dos mais poderosos castelos da Beira. Nas suas tranquilas ruas podem ver-se casas típicas da região, construídas em pedra.
O artesanato local inclui bordados e rendas pregadas em linho e mantas de trapos tecidas no tear.Quanto à gastronomia, destacam-se os pratos de caça, como uma deliciosa receita de coelho bravo.
Penamacor é também sede da Reserva Natural da Serra da Malcata, que abriga espécies como o lobo e a lontra numa área selvagem e densamente arborizada de cerca de 20 quilómetros quadrados, mas é sobretudo conhecida por ser um dos últimos refúgios do quase extinto lince ibérico.

segunda-feira, 22 de março de 2010

DESEMPREGO - Para reflectir



Embora o texto abaixo seja já conhecido, o Pai do Bicho decidiu publicá-lo, porque as causas do flagelo do desemprego não podem ser escamoteadas e merecem uma reflexão.

«O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.
Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).
Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).
Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.
Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego.
Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.
Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...»

domingo, 21 de março de 2010

A PRIMAVERA COMEÇOU EM BENAVENTE

No primeiro dia de Primavera rumámos para o Ribatejo, onde participámos num passeio pedestre organizado pela Câmara Municipal de Benavente.Foi junto às piscinas que decorreu o habitual "briefing".Não obstante o nevoeiro que parecia contrariar o início da Primavera, as condições atmosféricas eram favoráveis à prática pedestre.A presença de esbeltos equídeos foi frequente ao longo do percursoe embora a manhã fosse ainda uma criança, o seu almoço já estava preparado.Durante algum tempo acompanhámos a A16, uma auto-estrada com um troço superior a uma dezena de quilómetros erigido sobre pilares para escapar ao efeito das inundações naturais, que episodicamente afectam aquela região.Já com o sol a brilhar, foi ao longo de uma vala de rega que se cumpriu parte do percurso.Neste cenário ribatejano em que por vezes a lezíria se perde no horizonte,não podia faltar o gado bovino.Foi muito forte o ritmo que os guias impuseram à marcha, provocando o alongamento do grupo, mas não consta que se registassem desistências.À chegada a Benavente, enquanto uma mini caravana de ciganos atravessava a vila,a organização brindou simpaticamente todos os participantes com uma t-shirt, uma barra energética e água.Só então houve tempo para aconchegar o estômago, pois ao longo dos 10 quilómetros de caminhada não houve qualquer pausa.Foi assim que iniciámos a Primavera!