sexta-feira, 10 de abril de 2009

COM O MAR À VISTA - DE CASCAIS A PAÇO DE ARCOS

Num fim de semana "xxl" em que muitos aproveitam para viajar até à sua terra natal, não se esperava grande afluência para o nosso passeio matinal. Não obstante, apareceram 12 caminheiros para participar na caminhada proposta, entre Cascais e Paço de Arcos.Saindo do Monte Estoril cerca das 8h45 caminhámos através do calçadão, que ainda não se apresentava com muito movimento, até porque as condições atmosféricas primavam pela instabilidade.A maré estava na baixa mar e para cumprir a tradição de sexta feira santa, muita gente dedicava-se à apanha de mexilhão. Depois de passarmos pelas praias do Tamariz e da Poça, chegámos à pitoresca praia da Azarujinha. Nesta praia o calçadão não tem continuidade. Por isso tivemos que subir algumas dezenas de degraus até alcançarmos outras acessibilidades numa zona residencial.Passámos depois junto ao Forte de Santo António onde a 3 de Agosto de 1968, Salazar tombou da cadeira, caindo também da poltrona do poder.E a nossa caminhada prosseguiu num caminho de terra batida, muito bem cuidado, sempre com o mar à vista.Uma ponte rústica permitiu-nos passar para a outra margem duma ribeira que desagua nas águas do Atlântico. Em S. Pedro do Estoril, junto ao Centro de Interpretação Ambiental, existe um farol que mereceu a nossa atenção.
Mesmo junto ao mar havia sinais evidentes da época primaveril. As várias tonalidades da água e das rochas quase convidavam os caminheiros a juntarem-se àqueles que se entretinham a tirar o mexilhão do seu habitat. Na Parede, como o troço junto ao mar foi entretanto interrompido, caminhámos pelo passeio da marginal, onde sobressaem, os Hospitais de Santana e Dr. José de Almeida, a par de condomínios privados e mansões construídas nos primórdios do século passado. A entrada para a praia de Carcavelos foi feita sobre as rochas que antecedem o seu extenso areal. O forte junto à praia da Torre está afectado ao Ministério da Defesa. À nossa passagem pelo local não faltaram algumas histórias a propósito de quando esta edificação serviu de residência oficial ao ex-ministro Paulo Portas. Chegada a hora do "mata-bicho", satisfizemos as nossas necessidades alimentares num miradouro com vista para a praia da Torre.Já no paredão de Oeiras avistámos o areal da praia de Santo Amaro. Um curioso arco de pedra mereceu também a nossa atenção.Num paredão entre Santo Amaro de Oeiras e Paço de Arcos, inaugurado há menos de um mês, é notável o trabalho de arquitectura que alguns muros apresentam.A Joana não quis deixar de se fotografar com um graffiti que parecia reflectir a sua própria imagem. Na estação ferroviária de Paço de Arcos esperámos pelo comboio que nos levaria de regresso a Cascais. Quis o destino que na carruagem em que viajávamos travássemos conhecimento com um "castiço" de 82 anos, reformado da Lisnave, que com o seu L123 passeia pela área da grande Lisboa, nos contasse algumas histórias da sua rica vivência. Desde a sua juventude como desportista, aos bailes dos Alunos de Apolo, conflitos laborais, repressão policial, etc... Os temas e a forma cómica como os abordava, além de revelarem a sua lucidez, mostravam um profundo conhecimento da vida. Proporcionou-nos um momento de boa disposição. Chegados a Cascais esperava-nos uma chuva miudinha que não chegou a incomodar por ser efémera. Palmilhámos então a parte do paredão que faltava para fecharmos o circuito. Cerca das 12h30 e depois de termos caminhado 15 kms. aproximadamente, pensámos que tudo tinha terminado, mas não. Simpaticamente o clã Morais tinha para nos oferecer "fatias paridas" confeccionadas no forno. Estavam deliciosas! Foi com este "miminho" que chegou ao fim mais um agradável passeio matinal.

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