quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O "MAGALHÃES" NÃO VAI A TORRES

O Ministério Público ordenou esta quinta-feira à Câmara de Torre Vedras que retirasse as imagens de nus femininos que estavam no ecrã de uma reprodução do computador Magalhães, que faz parte de um "monumento" ao Carnaval da cidade.
“Fomos surpreendidos agora, cerca da uma hora com um fax do Ministério Público assinado pela senhora delegada do 1º juízo, a qual nos dá um prazo até às 15h30 para retirar o conteúdo do computador Magalhães”, explicou o autarca. Carlos Miguel acrescentou "que pela primeira vez após o 25 de Abril temos um acto de censura aos conteúdos do Carnaval de Torres", lamentou o autarca, precisando que “o que existe é uma sátira ao computador Magalhães com um autocolante que se pressupõe que seja o ecrã” do portátil e onde é visível uma pesquisa no Google com a palavra-chave "mulheres". Por isso, não entende o pedido para o retirarem do Carnaval e entregarem mais tarde ao tribunal judicial o autocolante.

No passado sábado, o "Pai do Bicho" passou por Torres Vedras e reparou que já se encontravam distribuídas por alguns locais estratégicos da cidade, algumas imagens alegóricas. Entre elas havia um "boneco" do Cristiano Ronaldo com um testículo a espreitar numa das pernas dos calções. Até agora o Ministério Público não obrigou a organização dos festejos a vestir umas calças de fato de treino ao melhor jogador do mundo, talvez receando sofrer as consequências de violentas reacções das fãs do CR7.
Relativamente ao "Magalhães" o assunto já é mais sério. Pois alguém ofendeu o filho mais novo de Sócrates, que além do mais é ilegítimo, porque segundo se diz, este projecto não é original na medida em que a ideia já fora experimentada noutros países, embora com outro nome de baptismo. O "Zézito" não concebeu a "criança", apenas a perfilhou. Não obstante, isto não retira mérito ao "Projecto Magalhães".

Decididamente o "Pai do Bicho" não aprecia o Carnaval, mas reconhece que a sátira faz parte dos festejos do Entrudo, devendo haver tolerância para alguns excessos no exercício da liberdade de expressão. A crítica não só é necessária mas sobretudo é indispensável numa democracia. Nestes tempos difíceis, os Portugueses precisam de se divertir. É uma boa terapia e não custa nada à segurança social.
O "Pai do Bicho" quer acreditar que o 1º. Ministro de Portugal é um democrata e este repugnante acto censório se fica a dever ao excesso de zelo de um "qualquer funcionário" que quis dar uso ao lápis azul que talvez o governo lhe tenha oferecido pelo Natal.

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