segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DITADURA PARTIDÁRIA

Na passada semana o deputado socialista Manuel Alegre contrariou a orientação, leia-se imposição, de voto do seu partido e apoiou os projectos lei sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelos Verdes. Este comportamento revela a sua independência e honestidade intelectual e põe a nu uma das fragilidades do sistema de democracia representativa, que reside na disciplina de voto que os partidos impõem aos seus deputados.
O "Pai do Bicho" atreve-se a pensar que os deputados cumpririam melhor o seu dever se seguissem o exemplo de Manuel Alegre e exercessem o seu voto não em função da ditadura imposta pelo "aparelho" partidário, mas por aquilo que a sua consciência determinasse. Talvez assim os representantes do povo merecessem maior credibilidade por parte dos eleitores e gerassem até uma maior ligação entre ambos - eleitos e eleitores. Mas parece que esta aproximação é temida pelos partidos, que poderiam deste modo ver reduzida a sua importância. Talvez o mesmo receio justifique a inexistência em Portugal dos chamados "círculos uninominais".
Acresce que, pensa o "Pai do Bicho, os deputados da Nação deveriam ser eleitos pelos seus méritos e nunca em virtude das suas "fidelidades ao aparelho" dos partidos. Só assim seriam livres no exercício do seu voto.
Há uma coisa que o "Pai do Bicho" gostaria de entender:
Num país onde os representantes do povo não são livres haverá liberdade para o povo?

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