domingo, 20 de julho de 2008

VELHO CONTO DO VIGÁRIO

Recordo que há cerca de 30 anos me ofereceram a possibilidade de jogar no "Katekero". Anos mais tarde, na década de 80, deu-se o caso dos depósitos monetários que a D. Branca tomava à sua guarda compensando os depositantes com uma choruda taxa de 10% ao mês.
Segundo notícias vindas na imprensa, surgiu agora uma "nova D. Branca". Para entrar no "negócio" cada pessoa terá de pagar EUR 2000.
Todos estes jogos assentam num esquema em pirâmide de recrutamento de pessoas que aplicam as suas poupanças mediante a promessa de usufruírem de elevados rendimentos. Porém, só os primeiros a entrar neste esquema poderão ver o capital investido recuperado e bem remunerado. Os "investidores" mais recentes serão fortes candidatos a perder o seu dinheiro devido ao inevitável colapso financeiro que ocorrerá fatalmente quando se esgotar o mercado de novos aderentes. A "bolha" deixará de ser alimentada e morre de fome (de dinheiro).
Será que os "jogadores" têm consciência que no final do jogo haverá sempre alguém prejudicado? Ou tendo essa percepção, pensarão que o prejuízo só acontece aos outros e na ânsia de muito lucrarem, o mal alheio não entrará nas suas contas.
Sabemos que há uma crise no país, que há famílias endividadas, etc., mas também não ignoramos que há pessoas que alimentam o sonho de enriquecer rapidamente. Nada disto justifica que as pessoas caiam num conto de vigário arquitectado por alguém que aproveita bem a fragilidade de estados de espírito alimentados por uma ganância desmedida associados a baixos índices culturais.
Gostaria até de saber se este fenómeno apenas decorre de características individuais ou da mentalidade colectiva de cada país. Uma coisa parece certa: estamos em presença de um problema de educação ou de formação das mentes.

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